Chegou a hora e a vez da liderança focada no ser humano

A valorização dos soft skills mostra que as gestões humanizadas precisam entender os colaboradores como pessoas complexas. Isso significa ter a capacidade de compreender as necessidades, desejos, e valores das pessoas que trabalham na empresa.

O Instituto Great Place To Work (GPTW) indica que confiança, aprendizado constante, e empatia são algumas das habilidades mais importantes para as lideranças atualmente. Cada vez mais, consumidores e trabalhadores procuram empresas que valorizam o ser humano. Aos departamentos de Recursos Humanos será exigido ações que ajudem líderes a colocarem as pessoas no centro da gestão.

Não é só tendência. Investir em lideranças competentes nos chamados soft skills é imprescindível para crescer nesse mercado exigente. “Acredito que os líderes precisam considerar o seu legado como o impacto que ele terá nas pessoas de suas equipes”, diz Luciana Lima, pesquisadora do Insper entrevistada pelo GPTW. “Daqui a 2 ou 3 anos, preciso ter feito diferença naquele colaborador, não apenas do ponto de vista técnico, mas de ajudar a desenvolver a carreira”. Além disso, a liderança deverá ser capaz de motivar colaboradores, inspirar confiança e manter um bom clima no ambiente de trabalho.

Que habilidades as lideranças precisam desenvolver?

Mafoane Odara, líder em Recursos Humanos da Meta na América Latina falou à revista Exame e detalhou as habilidades interpessoais que as lideranças precisam desenvolver. Ela listou:

• Resolução de problemas complexos: essa habilidade inclui a capacidade de entender contextos e fazer alinhamentos necessários, entender a melhor forma de conduzir a equipe e aprender com os erros  
• Negociação: Assim, essa habilidade é essencial para avançar na carreira e na equidade  
• Colaboração: a colaboração é a chave do trabalho inovador no mundo atual. Não existe mais criação solitária, é necessário cooperar com os outros. 
• Empatia: não é exatamente se colocar no lugar do outro, mas a partir do lugar que você ocupa conseguir promover uma transformação positiva na vida de outra pessoa. 

Liderança e avaliação de desempenho para detectar problemas e oportunidades

A valorização dos soft skills mostra que as gestões humanizadas precisam entender os colaboradores como pessoas complexas. Isso significa ter a capacidade de compreender as necessidades, desejos, e valores das pessoas que trabalham na empresa. O desafio do RH daqui para frente é ajudar as lideranças a ter esse panorama completo e saber combinar o que os funcionários têm a oferecer com os objetivos da empresa. 

Uma das práticas rotineiras do RH que devem ser transformadas por essa nova visão é a avaliação de desempenho. Ela deixa de ser apenas uma nota relacionada à produtividade e se torna um olhar mais abrangente. Avaliar colaboradores passa a ser uma forma de melhor alinhar os objetivos de carreira do funcionário com as metas do negócio. As lideranças precisam ser capacitadas para ter essa percepção mais aprofundada, detectando problemas e oportunidades. 

Capacitação no formato micro learning ajuda lideranças

Outra tarefa do RH que muda com uma gestão mais humanizada é a realização de treinamentos e o microlearning passa a figurar como uma opção mais interessante. Microlearning é um formato de treinamento que oferece conteúdos divididos em vários pedaços pequenos. 

De acordo com o National Credentialing Institute, o microlearning resulta em transferência de conhecimento 17% mais eficiente. A pesquisa também mostrou que 58% dos funcionários estariam mais propensos a adotar o micro learning porque é mais fácil incorporar lições mais curtas no dia a dia. 

Isso quer dizer que é possível treinar lideranças para habilidades cruciais sem precisar tirar os profissionais de suas rotinas de trabalho. Gestores podem acessar o aprendizado onde quiserem e com que frequência desejarem. 

Líderes do futuro são guiados por valores

Emma Sepällä é pesquisadora na Universidade de Yale e diz como reconhecer um(a) grande líder: “preste atenção nas motivações”. Em seus estudos, ela percebeu que as lideranças com melhores resultados são “movidos por valores e têm alta inteligência emocional”. Ela continua: “Em outras palavras, elas são humildes, empáticas e compassivas, têm um bom relacionamento com outras pessoas, recebem feedback e realmente ouvem as outras pessoas. Isso permite que elas tomem boas decisões a longo prazo”.

Os líderes do futuro serão mais humanos do que nunca. E cabe aos profissionais de Recursos Humanos estar à frente dessa transformação. 

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